INTRODUÇÃO

Durante o meu percurso profissional tive o privilégio de experienciar a real influência do modo de  gestão nas organizações.  O sucesso ou o fracasso de uma empresa depende imenso do tipo de liderança que esta tem. 

Partilho aqui o que aprendi e partilho igualmente as perguntas que ainda tenho sobre este tema, que por si só são matéria para teses de doutoramento.  

O papel de um Líder (CEO) numa organização vai muito além da tomada de decisões estratégicas e da gestão de resultados financeiros. Um verdadeiro Líder tem de ser o promotor do sonho, o inspirador , o motivador da equipa e o contador da história ao mercado. Tem de se posicionar de forma clara e eficaz perante todos, mas principalmente diante da sua equipa, garantindo alinhamento, motivação e um ambiente propício à criação de valor e ao crescimento. 

A definição clara da visão e da estratégia da empresa têm de ser dadas por ele, pois a equipa precisa de compreender para onde a organização caminha e qual o papel de cada elemento nesse percurso:

• Uma comunicação clara e constante é essencial para garantir que todos estejam alinhados com os objetivos de curto, médio e longo prazo, uma comunicação clara informa o mercado de quem somos e para onde queremos ir. Isso potencia credibilidade, identificação de valores e como consequência crescimento das vendas.

• Todos têm uma crença, mas a direcção comum tem de ser dada pelo Líder. A Gestão deve partilhar tanto os sucessos, como os desafios da empresa, envolvendo a equipa nas soluções e decisões estratégicas. A comunicação bidirecional, onde os colaboradores têm voz activa, fortalece o compromisso e a colaboração entre todos, impulsionando a organização para altos níveis de eficiência.

• Um Líder eficaz não é aquele que centraliza as decisões, mas sim aquele que capacita a sua equipa para actuar com autonomia e responsabilidade. Delegar tarefas e confiar nos gestores e colaboradores permite que a empresa cresça de forma sustentável e ágil. Contudo é necessário existir a comunicação constante entre a Gestão e os executantes, para que as falhas de percurso sejam ciclos de aprendizagens e não factores de fracasso  

“As realizações do líder são determinadas por sua capacidade de conduzir os outros”. 

OS DESAFIOS DA LIDERANÇA

A empatia é essencial para compreender os desafios e motivações de cada membro da equipa, mas deve ser equilibrada com a exigência. O suficiente não deve ser aceite como padrão. A Gestão deve reconhecer esforços, mas também incentivar continuamente a busca pelo excelente, e não apenas pelo aceitável. Criar um ambiente onde a equipa se sinta compreendida e apoiada, mas também desafiada a superar-se, é o equilíbrio ideal para um crescimento real e sustentável e que tem de ser promovido pela Gestão, nomeadamente o Líder.

Mais do que palavras, as ações do Líder definem a forma como a equipa se comporta. Um Líder que demonstra ética, resiliência e compromisso inspira a sua equipa a agir da mesma forma. A coerência entre discurso e prática é um factor determinante para a credibilidade da liderança. 

Um dos maiores desafios da liderança é distinguir entre arrogância e a firme convicção de uma opinião certa. A teimosia pode levar a decisões inflexíveis e prejudicar a empresa, enquanto uma opinião bem fundamentada é essencial para manter a visão estratégica.

GESTÃO ORGANIZACIONAL

A Gestão deve estar aberta ao debate e à escuta activa, garantindo que sua posição não é baseada em ego ou resistência à mudança, mas sim em dados e raciocínio lógico. Saber quando manter uma posição firme e quando adaptar-se ao feedback da equipa é um diferencial de uma liderança madura e assertiva. O equilíbrio entre convicção e flexibilidade permite que a empresa evolua rápido e de forma sustentável. 

A Gestão deve garantir que os valores da empresa sejam vividos no dia a dia e que cada colaborador se sinta parte desse propósito. Onde trabalhamos e como trabalhamos define os níveis da nossa produtividade. Uma cultura de compreensão do seu papel na organização, dos seus direitos e deveres, impulsiona a criatividade e a produtividade, assim como assegura a retenção de talentos.

INVESTIR NOS COLABORADORES

Investir no crescimento dos colaboradores é essencial. O maior activo de uma empresa são os seus colaboradores. A Gestão deve garantir que a empresa oferece oportunidades de desenvolvimento profissional, reconhece desempenhos e cria um ambiente onde as pessoas querem evoluir e permanecer. Para a organização este investimento deve estar atrelado à meritocracia e à valorização do alto desempenho. A cultura do “bom já basta” deve ser substituída pela busca do “muito bom e do excelente”, garantindo que cada talento se desenvolva ao máximo.

No cenário empresarial atual, a capacidade de adaptação é essencial. O Líder deve incentivar a inovação e preparar a equipa para enfrentar mudanças com flexibilidade e criatividade. Estar aberto a novas ideias e ajustar a estratégia quando necessário é um diferencial competitivo. O Líder deve ser por isso o maior gestor da mudança e estar disponível para essa transformação constante. Um Gestor de topo tem de estar actualizado às novas tendências e forma de gestão sendo capaz de atrair para si e para a organização o melhor que o mercado oferece do ponto de vista de recursos humanos. 

Uma empresa de referência no mercado tem sempre no seu comando um gestor de topo. Um líder que comunica bem, empodera os seus colaboradores, preserva a cultura e lidera pelo exemplo cria um ambiente onde a empresa pode prosperar. No final, o sucesso do CEO não é apenas medido pelos números, mas pelo impacto positivo que deixa na sua equipa e na empresa como um todo. A empatia com firmeza e a exigência pela excelência são os pilares de uma liderança transformadora e sustentável.